Hipertireoidismo em felinos
- Victoria Costa - Admin
- 2 de jun. de 2018
- 2 min de leitura

O hipertireoidismo é uma doença multissistêmica resultante de excessivas concentrações de hormônios tireoidianos que causam alterações metabólicas. É tida como a doença endócrina mais comum em gatos domésticos. É uma patologia que ocorre principalmente em gatos de meia-idade a idosos, não havendo prevalência quanto ao sexo ou raça.
As manifestações clínicas evoluem lentamente podendo ser de leves a graves, dependendo do estágio da doença e da existência de outras alterações no organismo. Os gatos hipertireoideos inicialmente são hiperativos com apetite normal, podendo com a evolução da doença apresentar perda de peso e até caquexia, vômito, poliúria (produção de urina acima do normal), polidipsia (sede excessiva) e polifagia (alimentação excessiva).
O vídeo a seguir demonstra o escore corporal de um gato com hipertireoidismo:
No exame físico, as alterações mais observadas são as glândulas tireoide aumentadas de volume, emagrecimento e hipertermia. Observa-se taquicardia e outras arritmias cardíacas. Os sinais respiratórios mais comuns no hipertireoidismo felino são dispneia, respiração ofegante e hiperventilação, estes podem também estarem relacionados com o estresse do deslocamento do animal e do exame físico.

Para diagnosticar o hipertireoidismo é realizado exames usando-se a combinação de sinais clínicos, palpação da tireoide, testes laboratoriais ou de imagem e para tratamento a terapia deve ser individualizada, levando em conta vários fatores, tais como idade, gravidade da hipertireoide, presença de doença simultâneas, potenciais complicações, custo e aceitação do tratamento pelo proprietário.
Existem três opções de tratamento para o hipertireoidismo: uso do iodo radioativo, o qual hoje é apenas disponível na cidade de São Paulo, de fármacos antitireoidianos e procedimento cirúrgico, o qual inclui a remoção parcial ou total da glândula, com implantação ou não da glândula paratireoide. A glândula paratireoide responsável por produzir o paratormônio pode acabar sendo retirada no momento da cirurgia, causando problemas de concentração de cálcio no organismo, hoje existem técnicas mais avançadas que permitem a dissecação da glândula evitando maiores danos a mesma.
Muitas vezes a doença é negligencia e diagnosticada tardiamente, isso se deve aos sinais inespecíficos da patologia que em sua maioria só são observados através de um olhar clínico de um médico veterinário.
Referências bibliográficas:
CUNHA, Marina Gabriela Monteiro Carvalho Mori da et al . Hipertireoidismo felino.Cienc. Rural, Santa Maria , v. 38, n. 5, p. 1486-1494, Aug. 2008 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84782008000500050&lng=en&nrm=iso>. access on 02 June 2018. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-84782008000500050.
CARDOSO, M. J. L. et al. Manifestações clínicas em gatos com hipertireoidismo experimental. Archives of Veterinary Science, v. 10, n. 2, 2005.
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